No ano que passou fizemos o possível,
o que acreditávamos, o que era incrível.
Botes, submarinos, caravelas,
comunas, castelos, favelas.
A novidade é a incapacidade
de destruirmos a guerra.
Não mudou o sonho,
ora naufragou, ora ficou à deriva.
O ano que passou alimentou o poema.
Poetas voltam ao picadeiro da rua
e gritam: a terra está nua, a mentira é uma fera solta.
Mas a poesia faz acrobacia,
vira cambalhota e inventa
o novo estratagema:
continuamos apaixonados pela vida
e faremos, ano que vem,
maior e mais forte investida.
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