segunda-feira, 24 de maio de 2010

O jovem domador do tempo

Há cinco anos atrás, nasceu meu filho. Esse costuma ser o momento em que as pessoas dizem "como passou rápido" "parece que foi ontem" ou coisas do tipo.

Eu não. Parece que foi uma vida inteira atrás. Porque naquele dia, eu fiz as pazes com o tempo. Aprendi, com o passar dos meses e com o convívio com aquele bebê zen, que eu não precisava correr atrás do tempo, e que se eu fizesse isso, o tempo pararia de correr ao meu redor. O tempo passou a ser um aliado.

Posso dizer que o Beija Flor me ensinou que não importa o que a gente faz, quando a gente se coloca ali por inteiro e doma o monstrinho da ansiedade, aquilo tem a duração que precisa.

A vida é uma imensa aventura. Buda tinha 36 anos quando saiu do palácio. Tudo tem seu tempo e não podemos correr contra ele. Se o tempo é um rio, melhor do que navegar é boiar nele.

Cinco anos. 365 X 5 dias de aventura. De loucura. Desse incrível garotinho que fez com que nós, seus pais, nunca mais seguissem sozinhos, e ao mesmo tempo, nos deu asas para vôos solo que não imaginavamos.



As vezes, só o que se precisa para fazer o tempo passar mais devagar, é viver cada dia. O amanhã a gene inventa. O que importa é só por hoje.


Talvez um dia ele se esqueça disso. Espero poder ser tão eficaz em lembra-lo quanto ele é em me lembrar.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Segunda Feira Vermelha

Segunda feira vermelha, segunda feira menstrual. A data foi escolhida de um jeito legal: a segunda feira antes do Dia das Mães, porque antes de ser mãe, se é uma mulher que menstrua.

Gosto de saber que mesntruo. É um motivo de orgulho, de força. Minha primeira menstruação veio cedo, no finzinho do jogo entre Brasil e Estados Unidos, quando estes sediaram a copa. Me senti tao vitoriosa quanto a seleção: não era mais criança! Naquele instante me senti adulta pela primeira vez.

Desde então, a menstruação veio a cada mês com a sensação de naturalidade, e algumas vezes, rs, de alívio. E houve a vez em que ela não veio. E assumo, senti falta.

A menarca foi um rito de passagem importante para mim. Foi motivo para ser parabenizada, não para sentir vergonha. Eu esperei ansiosamente sua chegada (que aconteceu aos onze anos e meio). Me senti orgulhosa e feliz. Eu dominava um segredo que as meninas que ainda não menstruavam desconheciam.


Aprendi a lidar com meu corpo e não a lutar contra ele. Combater cólicas com remédios naturais e aceitar tpm como um tempo em que posso usar a sensibilidade extra a meu favor. Com o tempo, as cólicas foram desaparecendo, e a tpm nem de longe altera meu humor tanto quanto minha psiquê me afoga em ansiedades em momentos aleatórios.

Mais que isso, minha visão natural sobre menstruar me influenciou na complicada escolha de não usar anticoncepcionais por não querer um monte de química dominando meu ciclo. Não acho que meu caminho seja o único. Tenho amigas que fazem diferente: é o corpo delas e a escolha delas. Mas acho que isso é primordial: que seja uma escolha pessoal, não influenciada por mídia, propaganda, médicos.

Fico aqui com um ótimo texto da Inês, do Escrito em Ametista que acho perfeito para o dia de hoje, Pensamentos sobre menstruação, porque é sempre bom pensar nessas coisas.